terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Bandas novas fazem a festa em Garota Infernal

Nanda Unbert Packles Winchester
GAROTA INFERNAL Da mesma forma que o terror juvenil Garota Infernal traz um mix de referências [muitas musicais, aliás] que coloca o filme num patamar acima dos outros filmes do gênero voltados para o público juvenil, sua trilha sonora também está acima da média.

No set list do disco, podemos observar a dominação de bandas relativamente novas, representantes de diferentes tendências da música pop atual. Black Kids – que entrou com seu mais animado hit, I'm Not Gonna Teach Your Boyfriend How to Dance with You - e Slversun Pickpus (Little Lover's So Polite, uma das músicas mais bacanas de 2008) são representantes do indie rock.

Mas, como o filme é destinado ao público mai jovem, nada menos arriscado do que apostar também no emo core, uma vez que, tradicionalmente, guitarras mais altas e rápidas embalam produções de terror com perfeição. Interessante a versão hardcore que o Screeching Weasel fez para maior sucesso de Jimmy Cliff, I Can See Clearly e, se estamos falando de emo, não tem porque não citar que nesta trilha também está presente o Panic at the Disco e Dashboard Confessional, um emo old school, que atua desde a época em que as pessoas que curtem emo core não usavam grandes franjas e maquiagem nos olhos [independente do gênero].

Garota Infernal é um filme sobre a relação de duas melhores que freqüentam o colegial, ambiente mais infernal que pode existir, independente do local onde você viva. A cota feminina também está muito bem representada nesta trilha sonora, incluindo a melhor música do primeiro disco do Little Boots, New in Town, e as divertidas Kiss with a Fist, do Florence and the Machine, e Teenagers, trabalho solo de Hayley Williams, vocalista do Paramore (e adorada pela molecada). Além da boa cover que a cantora Lissy Trullie faz de Ready For The Floor, sucesso do Hot Chip; na versão, aliás, há trechos da música original.

Claro que esta trilha não estaria completa sem a música mais repetida durante o filme: Through the Trees. Trata-se de uma balada da banda fictícia Low Shoulder. A música acaba virando um hino da cidade de Devil’s Kettle, que sofre quando uma série de assassinatos começa a aterrorizar os jovens da escola local. No filme, o uso desta música está sempre ligado a momentos de ironia [o roteiro, de Diablo Cody, é permeado por um divertido humor negro], então a música parece ser muito pior durante a projeção; nos fones ou nas caixas de som na tranqüilidade do seu lar, ela funciona melhor. Embora Adam Brody seja o vocalista do Low Sholder e saiba agir como um rock star no palco - natural, além de ser ator e esta ser sua função, Brody também tem uma banda, a Big in Japan, da qual é baterista -, quem faz os vocais em Through the Trees é Ryan Levine, que interpreta o guitarrista Mick em Garota Infernal.

Assim como o próprio filme, sua trilha sonora traz uma compilação divertida e condizente com o filme, capaz de agradar ao principal público a qual ele se destina: os jovens. Não sei se é por isso, mas a música Violet, do Hole – banda cuja música Jennifer’s Body também batiza o nome da versão original do longa -, que toca no final, nem entrou no CD. Deve ser porque ela foi produzida nos anos 90, quando a maioria das bandas da compilação não existia ainda

Nenhum comentário:

Postar um comentário